Imbra e o grande calote
19/12/13 13:30Vocês se lembram da Imbra?!
A Imbra foi uma das maiores cadeias de clínicas odontológicas do Brasil. E quando apareceu, em 2006, estava em todos os lugares… Era propaganda atrás de propaganda na televisão. Sempre com a promessa de tratamento de excelência a preço acessível. Resultado: muita gente achou que valia a pena arriscar! MUITA GENTE…
Funcionava assim: havia um orçamentista, que vendia tratamentos, e os profissionais (dentistas), que ganhavam por produção. Ou seja, quanto mais implantes e tratamentos complexos eles vendessem, mais lucravam – uma linha de produção odontológica!
Em outubro de 2010, a Imbra decretou falência… deixando uma dívida de mais de R$ 221 milhões, cerca de 25 mil pessoas sem atendimento e 2 mil funcionários sem pagamento – na época eles já deviam quase R$ 3 milhões em direitos trabalhistas!
Três anos depois eu me peguei pensando: E as pessoas que pagaram e não tiveram tratamento? E a dívida? Quem vai ser responsabilizado?
Ainda hoje há processos rolando contra a empresa – de pacientes (e grupos de pacientes) lesados e de todos os estados onde a Imbra operou. E até agora, muito pouca justiça foi feita.
Pesquisando sobre o assunto no Google, achei um grupo de discussão com o nome: “Fui lesado pela Imbra”.
Curioso, entrei em contato com uma dos participantes. D. (vou chamá-la assim). A sua história resume bem o que aconteceu – e em que pé andam os processos.
D. entregou diversos cheques pré-datados, num total de R$ 32 mil, pra fazer um tratamento completo de implante dentário. A primeira parte saiu conforme combinado. Entretanto, quando voltou para finalizar o tratamento, as portas da Imbra estavam fechadas. Ninguém atendia aos telefones, não havia nenhuma forma de contato…
Ela sustou os cheques pré-datados que não tinham sido depositados e pagou outro dentista pra terminar o trabalho. Mas como já havia perdido dinheiro, tudo ficou muito caro e ela só conseguiu colocar algumas próteses. Ou seja, ela perdeu os dentes e o dinheiro (algo em torno de R$15 mil).
E para piorar, o nome dela ainda ficou sujo na praça. É isso mesmo: a “dívida” dela foi passada pro Banco Cacique (a lei brasileira permite esse tipo de absurdo), que colocou seu nome no SPC, Serasa e afins… por um tratamento que não foi completado!!!!
Junto com um grupo de outras pessoas na mesma situação, D. procurou o CRO aqui em São Paulo e nem foi recebida. Tentou falar com a imprensa, mas o barulho já tinha passado e o caso “não era mais pauta”. Procurou advogado, mas não havia endereço ou nomes dos responsáveis para fazer um protesto.
E três anos depois, tudo continua na mesma… E ainda continuam existindo essas clínicas de televisão. CUIDADO!
………………………………………………………………………………………………………………
Gostou do post de hoje?! Clique aqui e compartilhe com seus amigos.