Semana passada aconteceu a 9ª edição do Prêmio Empreendedor Social, que a Folha de S. Paulo realiza em parceria com a Fundação Schwab – e que mais uma vez jogou luz sobre lindos projetos sociais Brasil afora. Tinha muita coisa boa e inovadora…
E é essencial que existam cada vez mais premiações desse tipo. Como todos os concorrentes disseram em suas falas, a simples indicação já muda a realidade desses projetos, que começam a ganhar espaço na mídia e a chamar a atenção de possíveis mantendores, parceiros, doadores… Foi exatamente o que aconteceu quando ganhei o prêmio e fui eleito Empreendedor Social em 2006: essa chancela transformou a Turma do Bem, e foi a partir daí que patrocinadores começaram a surgir e nossos números de voluntários e beneficiários cresceu exponencialmente.
Isso por causa da credibilidade irrepreensível desse prêmio. Eles fazem uma verdadeira investigação jornalística (quase policial!) das instituições e das vidas de seus fundadores, e nada pode parecer dúbio ou estranho aos investigadores. Principalmente, claro, o uso dos recursos das entidades. Então um júri formado por integrantes expressivos dos setores acadêmicos, público, social e empresarial é responsável pela escolha dos vencedores.
Nesse ano celebrou-se também o 5° Prêmio Empreendedor Social de Futuro, que revela projetos inovadores no período mais crítico de qualquer instituição: de um a três anos.
Um pequeno resumo para que vocês conheçam os finalistas e ganhadores desse ano:
Prêmio Empreendedor Social
Merula Steagall (Administradora, 47 anos)
(Ganhadora)
É mentora da Abrale (Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia), que produz e dissemina conhecimento, oferece suporte e mobiliza parceiros para alcançar a excelência e a humanização no cuidado integral de pacientes onco-hematológicos.
Também preside a Abrasta, focada em pessoas com talassemia (anemia crônica de origem genética). Por meio do apoio a esses pacientes de forma multidisciplinar, com forte impacto em políticas públicas de saúde e chancela dos principais especialistas no país, beneficiou mais de 25 mil pessoas em seus programas, distribuídos por dez Estados brasileiros, além de gerir uma rede com 72 organizações em 19 países da América Latina, dos EUA, da Espanha e de Portugal.
Saiba mais: www.abrale.org.br
Sylvia Guimarães (Historiadora, 34 anos)
Cofundadora da Vaga Lume, ONG que promove intercâmbios culturais por meio da leitura, da escrita e da oralidade, promovendo o protagonismo de pessoas e comunidades rurais da Amazônia. A partir de uma metodologia própria, oferece estrutura, formação e apoio à autogestão de bibliotecas comunitárias, que se tornam equipamentos de desenvolvimento local para cerca de 25 mil pessoas em 163 comunidades de nove Estados, além de estruturar intercâmbios como foco em desenvolvimento sustentável entre 265 estudantes de São Paulo e da Amazônia.
Saiba mais: www.vagalume.org.br
Regina Vidigal Guarita (Arte-educadora, 67 anos)
anos é cofundadora e diretora-presidente da Arte Despertar, que usa as linguagens da arte e o arcabouço da cultura como caminhos para (re)conectar indivíduos aos outros e a si mesmos nos âmbitos da saúde e da educação. A partir de uma metodologia que começa no despertar de sua própria vida, atinge os públicos mais desprivilegiados, pacientes hospitalizados, crianças socialmente vulneráveis e profissionais sobrecarregados ou com pouca inserção em práticas sociais valorizadas. Realizou quase 400 mil atendimentos em 15 anos em São Paulo, onde influenciou o desenvolvimento de dezenas de profissionais arte-educadores.
Saiba mais: www.artedespertar.org.br
Alice Freitas (Advogada, 34 anos)
Cofundadora da Rede Asta, que trabalha com o fortalecimento de empreendimentos produtivos da base da pirâmide pelo acesso a mercados, conhecimentos e criação de redes, com vistas a contribuir para a diminuição da desigualdade social. Com base em princípios de comércio justo, economia solidária, consumo responsável e sustentabilidade, apresenta um trabalho inovador de vendas diretas (porta a porta) de produtos inclusivos e criação de brindes personalizados de logística reversa para empresas, com benefício a 649 artesãos em dez Estados, além de 150 revendedoras ativas.
Saiba mais: www.asta.org.br
Prêmio Empreendedor Social de Futuro
Alexandre Amorim (Administrador, 24 anos), Diego Tutumi Moreira (Economista,24 anos), Luiz Hamilton Ribas (Economista, 24 anos)
(GANHADORES)
Era para ser um apenas trabalho de faculdade, mas Alexandre Amorim e Luiz Ribas enxergaram a oportunidade de solucionar um dos maiores entraves de escolas e instituições que trabalham com pessoas especiais: a gestão. Fundaram a Asid (Ação Social para Igualdade das Diferenças) e uniram-se a Diego Moreira. Com um método de avaliação exclusivo, criam um círculo virtuoso entre gestão escolar, relações institucionais e estrutura física e “arrumam a casa por dentro e por fora”, conectando voluntários e empresas em sua responsabilidade social corporativa. Em três anos, beneficiaram mais de 3.000 alunos, mil profissionais e 18 escolas em Curitiba.
Saiba mais: www.asidbrasil.org.br
Alessandra Orofino (Economista, 24 anos) e Miguel Lago (Administrador público, 26 anos)
É no âmbito da cidade que o indivíduo tem a possibilidade de fazer a diferença. Essa é a proposta inovadora da Meu Rio: dar espaço para o carioca falar o que pensa diretamente com seus representantes políticos, por meio de uma plataforma digital interativa. As campanhas de interesse coletivo coordenadas por Alessandra Orofino, 24, e Miguel Lago, 26, conseguiram que uma das melhores escolas públicas do Brasil não fosse demolida e derrubaram um projeto de lei que prejudicaria o ambiente. Toda a população do Rio de Janeiro foi beneficiada, sobretudo os 90 mil membros que sentiram o quanto um clique pode ser decisivo.
Saiba mais: www.meurio.org.br
Tony Marlon (Jornalista, 29 anos)
A educomunicação foi o veículo escolhido por Tony para transformar e dar voz a jovens do bairro do Campo Limpo, na periferia da zona sul de São Paulo. E ainda serem remunerados pelo que gostam de fazer. Desde 2011, com uma metodologia diferenciada que valoriza histórias, investigações e as pessoas, aliada à oferta de oficinas de jornalismo, fotografia, produção de vídeos, publicação de jornais e revistas, criação de rádio, intercâmbios e formação de núcleos de comunicação, o Escola de Notícias orgulha-se de ter impactado mais de 600 pessoas em 16 escolas da região.
Saiba Mais: www.escoladenoticias.org