Um outro ponto de vista
12/06/13 13:30Sobre a ótica da jornalista Regina Ricca, conto agora como foi a nossa viagem:
Você já foi a algum lugar de penetra? Nem eu…até que no dia 27 de maio passado estreei no métier, mas lá do outro lado do Atlântico. Durante doze dias testemunhei a viagem de 22 dentistas, mais o pessoal da Turma do Bem, pelas ruas sinuosas de Lisboa e Roma. Eles foram passear pelo Velho Continente como prêmio por terem se destacado como os melhores coordenadores do ano. Ou seja, conseguiram credenciar o maior número de dentistas em seus municípios, fizeram boas políticas públicas e se empenharam com fé em um projeto cidadão — o de atender em seus consultórios crianças e jovens que precisam de atendimento odontológico e não podem pagar por isso.
O grupo era leve, divertido. Estavam ansiosos com a possibilidade de ver o Papa Francisco de perto, mas ainda sem saber se isso ia dar certo ou não. E não é que deu? Graças ao Hilário e ao Ricardo, o Ric, superintendente da TdB, que pediram ajuda até aos faxineiros da Santa Sé, no dia 5 de junho, elegantes em seus ternos e vestidos pretos, lá fomos nós ao Vaticano sentar à esquerda do altar, onde Francisco faz sua homilia às quartas-feiras depois de circular de papamóvel pela multidão de fiéis na Piazza San Pietro. Eu, penetra, só consegui testemunhar o momento graças a sobra de convites de alguns mantenedores que não foram… de última hora, me encaixei.
Estávamos a uns dez metros dele, e posso afirmar sem medo: isso foi o mais perto que todos nós já chegamos de Deus.
Falar da emoção que sentimos viraria clichê mas, sinto muito, foi uma emoção imensa, grandiosa, daquelas que você tem vontade de se beliscar pra saber se está sonhando ou se aquilo é mesmo de verdade. E quando vimos o Fábio beijar a mão do papa pareceu que tudo aquilo que começou há dez anos, aquele projeto da TdB que foi sendo semeado aos poucos e também se tornou grandioso, finalmente foi abençoado da maneira mais espetacular possível.
Claro que nem tudo foi emoção. Ao contrário, o grupo, como já disse, era divertido. Dante Alighieri que nos desculpe, mas o pessoal adorou e adotou de cara o novo idioma italiano criado pelo Ric, o de colocar ‘are’ e ‘ere’ no final das palavras em português. Eu, Regina, virei Reginare forever. A Fontana de Trevi foi rebatizada Trevere. Restaurante é restaurantare e assim fomos. O megafone com gravador comprado por 15 euros na Piazza do Pantheon pelo Paulo Bertocchi, dentista de Farroupilha, coroou a jornada de palhaçadas, cujo alvo era sempre quem? Ric, óbvio. E assim, pela madrugada romana, naqueles becos e ruelas já adormecidos, íamos nós, rumo à “Fontana de Trevere”, gargalhando cada vez que soava do megafone: “Atenção Ricardo, atenção Ricardo…Cadê o aqué!!!!”.