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Abra a Boca!

por Fábio Bibancos

Perfil Fábio Bibancos é dentista e presidente da OSCIP Turma do Bem

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Mais um não

Por Fábio Bibancos
26/06/13 13:30

“Estou há semanas procurando o site de vocês, até que encontrei. Meu nome é T., moro em Piedade, no Rio de Janeiro. Venho através deste, pedir ajuda para minha mãe.

Somos humildes e minha mãe J. está com um sério problema dentário. Ela começa tratamento, mas sempre ouve que, pra conseguir restaurar alguns dos seus dentes, tem que pagar um tratamento, que é muito caro. Ela sempre acaba desistindo, pois o SUS cobre somente extração.

Minha mãe está muito mal, não sai de casa, não se cuida, não gosta de tirar fotos, passa até alguns constrangimentos. Quero muito pedir a ajuda de vocês, por favor… Vocês são a minha última esperança para fazer minha mãe voltar a sorrir… Aguardo ansiosamente uma resposta.

Att.”

Infelizmente a resposta foi negativa. Nós, na TdB, atendemos jovens de 11 a 17 anos e mulheres que vivenciaram situações de violência doméstica e que frequentam centros de apoio. Mais que isso, nós não damos conta!

Entretanto, o que mais me revolta é o descaso do poder público com casos como esse. Não podemos aceitar “o SUS cobre somente extração” como algo natural. Saúde bucal é direito de todos!

Quando formos à rua cobrar melhorias na saúde, não podemos esquecer isso.

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O problema é mundial

Por Fábio Bibancos
25/06/13 13:44

Gostaria de compartilhar com vocês este email que recebi de um português. O problema é mundial. Infelizmente, tive de dizer mais um não:

“Espero que ao receberem este meu mail se encontrem bem.

Chamo-me J. P. , tenho 38 anos, vivo na linha de Sinta (Rio de Mouro).

A minha vida nestes últimos tempos em nada tem sido fácil. Fiquei desempregado em Abril de 2012 e até a data não tenho conseguido trabalho. Desde aí tenho estado com uma depressão grave provocado pelo despedimento, a falta de emprego e a morte dos meus pais no espaço de um ano.

Mas o meu pedido é o seguinte, bem sei que a vida de hoje em dia custa a todos, mas eu de momento não tenho condições para arranjar a minha boca e peço a vossa ajuda e caridade. Tenho a boca neste estado como podem ver na foto que segue em anexo. Cheguei a este ponto por má higiene oral, falta de dinheiro para ir a um dentista e para agravar, a medicação ajudou apodrecer os dentes e a partirem-se mais depressa. Isto já está tão mau para arranjar emprego, não tenho muitas habilitações literárias para ajudar, mas com a boca neste estado também não ajuda – já sem falar no trauma que faz ao ego. Já não sei o que é sorrir há anos, tenho vergonha de falar e estar com as pessoas, dá-me sempre a sensação que estão a ver os meus dentes. E as pessoas mais próximas falam-me do mau hálito… Deixa-me tão triste e fico tão em baixo.

Peço a vossa ajuda… não me quero fazer de “coitadinho”, só quero voltar a ser a pessoa normal e feliz que era à muitos anos atrás.

Muito Obrigado pela vossa atenção.

Com os meus melhores cumprimentos,

J. P. ”

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Voltamos à nossa programação normal

Por Fábio Bibancos
24/06/13 14:00

Voltamos à nossa programação normal… e eu continuo aqui, pedindo reformas na saúde! Lembrando que é direito dos brasileiros terem uma Odontologia digna… que é direito de todos os seres humanos não sentirem dor, não se sentirem humilhados por não terem dentes.

Nas últimas manifestações que ocorreram no país, muitos motivos foram levantados… e muitos pediam SAÚDE!

Como nós da TdB participamos ativamente deste movimento, sinto-me à vontade para pedir ajuda. Lembro a todos que dente é saúde… sorrir é saúde… não sentir dor é saúde… dar uma gargalhada é saúde.

Fizemos nossa parte ao participarmos das manifestações pacíficas (e toda vez que houver uma manifestação com um motivo justo, alinhado com o que pensamos, sairemos à rua). Mas, muito mais que isso… Há 11 anos, 15 mil dentistas fazem a sua parte, participando ou não de passeatas… Porque através de seu trabalho, denunciam as mazelas da saúde bucal no Brasil… e ajudam 39.000 jovens e 400 apolônias.

Sei que isso é pouco, muito pouco. Por isso, espero que no pacto da Dilma exista uma linha sequer falando: “precisamos de políticas mais claras na área da saúde bucal”.

Enquanto isso, a TdB continuará aqui, tentando de todas as maneiras fazer mais e melhor de forma justa e honesta… tudo o que for possível para que mais e mais pessoas sejam ajudadas. Nunca aceitamos verbas públicas, nem nos alinhamos a partidos, o que sempre nos deu a liberdade de denunciarmos o descaso com a saúde bucal. E, também por isso, nos últimos 11 anos, foram várias as tentativas truculentas de nos calarem… mas não conseguiram! E seguimos firmes com nosso trabalho, organizados, respeitando as diferenças entre pontos de vista (vocês podem imaginar como são diferentes os 15.000 dentistas), mas com foco e clareza do que deve ser mudado e de que maneira. Agindo mais do que falando, avançamos em políticas publicas e continuamos a incomodar… uma hora muda, demora, não é da noite pro dia, mas muda. Menos falação e mais ação!

Vamboraaaaaaaaaaaa que muita coisa ainda precisa ser feita até o dia em que o Brasil não mais precisar de ONG odontológica, porque a saúde pública vai dar conta de resolver esses problemas:

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O Sakamoto disse tudo

Por Fábio Bibancos
21/06/13 14:18

O Sakamoto disse tudo. Todo mundo precisa ler o texto que ele publicou hoje (clique aqui).

A Turma do Bem, em seu diálogo interno, entende que quando houver uma proposta que se alie com o que acreditamos, nós sairemos à rua. Como é o caso de hoje… Fora Feliciano! Que não é uma proposta de direita, de esquerda… não é uma causa gay, feminista… É um movimento que pretende acabar com uma das muitas aberrações da política nacional!

Por isso, hoje, estaremos na Praça Roosevelt, em São Paulo.

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Ele não os representa – ainda bem!

Por Fábio Bibancos
20/06/13 13:19

O deputado Marco Feliciano e sua Comissão de Direitos Humanos e Minorias aprovaram o projeto da “cura gay” – Oi?!?! (clique aqui). E como se não bastasse, o parlamentar ainda ameaçou promover uma rebelião da “bancada evangélica”, composta por 80 deputados, caso o governo interfira na votação do projeto – Oi?!?! (clique aqui).

Não vou chover no molhado e execrar a decisão… tampouco a declaração do Feliciano. Também não vou falar de novo o que acho sobre o parlamentar e seus posicionamentos “políticos” (que na verdade são apenas aberrações anacrônicas de alguém que parece ter entrado numa máquina do tempo na idade média e caído de paraquedas em 2013). Minha preocupação com o caso é outra.

O Congresso Nacional é um retrato do crescimento dos evangélicos no Brasil. A relevância de sua bancada já é suficiente para que eles tenham poder de barganha nas negociações políticas. Afinal, são 80 parlamentares de um total de 513… ou seja, 15%! O que não teria problema algum se eles não insistissem em levantar bandeiras indefensáveis, como a perseguição aos homossexuais, para ficar no exemplo mais gritante. Muito menos, se eles deixassem de basear suas argumentações em fundamentalismos baratos… ou parassem de utilizar o peso da bancada para “catequizar” um país que, pela Constituição, é laico”.

Por isso, tenho medo que o posicionamento desses “representantes”, acabe gerando uma onda antievangélica… Sabe: reduzirmos milhões de pessoas às barbaridades que meia dúzia dizem!

Também morro de medo que essa meia dúzia chegue ao poder… Em pouco tempo teremos ensino bíblico na escola e as mulheres passarão a usar burca… e todos os infiéis e impuros serão perseguidos… como acontece nos países islâmicos… Vai saber?!

O que me acalma é saber que essa gente não fala por todo mundo. Os evangélicos não são Felicianos. Ele, na verdade, é uma aberração… um pilantra que utiliza a fé das pessoa pra perpetuar os seus próprios preconceitos. E só! Eu mesmo conheço muitos evangélicos que não concordam com o posicionamento da tal “bancada do Senhor”… e que são inteligentes o suficiente para separarem escolhas pessoais de políticas de estado!

Um desses, inclusive, me mostrou um texto que gostaria de compartilhar com vocês:

Deus nos livre de um Brasil evangélico, por Ricardo Gondim.

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Movimento Passe Livre

Por Fábio Bibancos
19/06/13 13:30

Veja como são articulados os jovens líderes do Movimento Passe Livre!





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Eu estava lá

Por Fábio Bibancos
18/06/13 14:04

Eu estava lá. Dia 17 de junho de 2013… um dia que eu jamais esquecerei!

Acordei e liguei pra minha amiga Regina, que mora a algumas quadras do Largo da Batata. Perguntei meio sem graça se ela iria à passeata. Ela disse: claroooo!! Já mais confortável com a empolgação dela, perguntei se poderíamos nos reunir na frente da casa dela, pois precisávamos de um ponto de encontro. Ela disse: Claroooo, venham cedo que tomamos um café e vamos juntos. Pensei: será que ela pensa que são 4 ou 5… não falei nada!

Cheguei na clínica e fui ver a agenda. Pedi para reconfirmar os pacientes do dia… Tiro certo, ninguém viria mais. Alguns iam para o protesto, outros estavam com medo de sair… outros, ainda, estavam dispensando seus funcionários, pois eles talvez não conseguissem o transporte mais tarde.

Fiz o mesmo e deixei aberto para nosso corpo clínico… quem quisesse ir ao movimento, tava liberado.

Terminei meus afazeres às 14 e corri pra pegar meu filho na escola. Um trânsito monstro e, junto com meus dois amigos de carona, chegamos à casa da Regina. Subimos pro apartamento, para o tal cafezinho.

Aquilo que eu nem a Regina imaginávamos começou a tomar volume. Todo mundo que a gente chamou foi. O povo da clínica… o povo da ONG… os amigos dos nossos filhos. Não cabia mais ninguém na casa dela.

Atônita, a Regina tentava servir café e dar uma lasquinha de bolo pra cada um. Mas éramos muitos… Alguns pintavam cartazes, outros amarravam tecidos no rosto. Distribuição de saquinhos de vinagre. Tinha gente com medo… tinha gente brava… tinha gente muuuuuito humorada fazendo piadas… Alguns pediam banheiro, outros pediam pra deixar a bolsa, outros pediam uma blusa… Regina tentava atender a todo mundo. Vimos que aquele sistema de atender a todos estava entrando em colapso. Então uma amiga gritou: GENTE CHEGA, NÃO DÁ, VAMOS DESCER PRA RUA!

Em grupos de seis ou sete, descemos o prédio e ficamos na porta. Aquele monte de gente de branco. Uns tinham comido o bolo, outros não… mas ninguém tava nem aí. Fomos rindo e atentos até o Largo da Batata… ou Potatoes Large, como dizia um amigo que tentava dar uma melhorada no nome do ponto de encontro…

Chegamos e vimos a massa… era enorme, lindo e assustador. Eu peguei meu filho no braço e disse: temos que ficar perto de um lugar que tenha zona de fuga caso tenhamos que fugir. Ele bufou… pensando, que saco vir com meu pai!

Encontrei amigos, vi coisas super criativas… um grupo de jovens vestidos de caipira dançavam no arraial e na placa dizia: formação de quadrilha… Uma transformista vestida de vinagre e muita, muita gente de branco. A galera pedia não à violência o tempo todo e cada vez que uma bandeira oportunista do PT era levantada, todos, muito bravos, gritavam: SEM PARTIDO… SEM PARTIDO… SEM PARTIDO!!! As bandeiras sumiam rapidamente.

Caminhamos quase 10 km e no meio da Faria Lima passamos por bancos , Shopping Iguatemi, grandes empresas… todos símbolos do capitalismo selvagem. Nada, ninguém fez nada.

Andar no meio da Faria Lima foi estranho… parecia outro mundo. Olhar pra aquilo que vejo sempre de carro, com o vidro fechado… tomado de gente!! Surreal.

Num determinado momento, passamos por um daqueles colossais edifícios de vidro espelhado. Daí nos vimos… todos nós, os arruaceiros, estávamos nos vendo no espelho… ERA GIGANTE. Lá no meio não dava pra ver, só pra sentir… Mas no espelho do prédio vimos o tamanhoooooo… Chorei, é claro. E quando olhei pra minha galera, tava todo mundo aplaudindo com lágrimas nos olhos!

Voltei pra casa com meu filho… ele empolgadíssimo… eu reflexivo e quebrado (estou no Miosan), tentando descobrir o que será que vai dar: como estarão pensando os políticos? O que estarão pensando os marqueteiros dos políticos?! Vão abaixar a passagem do ônibus?! A Dilma deve estar atônita, né? O Alckimin deve estar apavorado!!

Daí tracei um paralelo. Em vez de eles fazerem como a Regina, tentando dar um pedacinho do bolo pra cada um, por que eles não gritam?! “CHEGA, NÃO DÁ MAIS! VAMO PRA RUA… VOU ME VER NO ESPELHO JUNTO COM ELES… VOU FAZER UM SISTEMA POLÍTICO DIFERENTE, QUE REPRESENTE TODO MUNDO! NÃO VAI MAIS TER BOLO… NEM PIZZA… VAI TER UMA GRANDE FESTA! JUSTA, HONESTA E PRA TODO MUNDO!”

 PS: Dizem que em São Paulo tinham 65.000 pessoas. Eu, pelos meus cálculos, acho impossível. Eu já fui no Morumbi lotado… E não tinha tanta gente quanto ontem!

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#vemprarua

Por Fábio Bibancos
17/06/13 14:11

Hoje eu não vou escrever nada, porque acho que nada precisa ser escrito.  O Facebook está cheio de textos incríveis…

Eu, e toda a galera da Turma do Bem, vamos à rua!

Bjos

PAZ

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Levanta a bunda da cadeira

Por Fábio Bibancos
14/06/13 14:41

Eu sou de outra época… filho da Ditadura, como costumam dizer. Cresci durante esse período negro da história do Brasil. E, justamente por isso, este contexto histórico foi responsável por minha formação.

Lembro-me quando entrei na Faculdade. Iam-se os anos 80. Época de abertura política… e com ela, novas ideias. As ruas eram nossas. Havia um clima de esperança num país melhor. Enterrei a Congregação, carreguei cartaz na praça da Sé, usei camiseta de partido. EU SONHAVA!

Os anos, no entanto, nos fizeram acreditar que aquilo tudo era uma grande “utopia”. E a “realidade” tratou de nos tornar cada vez mais céticos… e passivos… e conservadores… e individualistas!

E coisa foi piorando… piorando… piorando!!!

Os governos de esquerda se endireitaram… os progressistas se tornaram conservadores… os nossos heróis viraram vilões.

Acompanhamos, impassíveis, gente corrupta se perpetuando no poder. Os arautos da ética se renderam a Calheiros e Felicianos (só para citar alguns!).

Os que deveriam nos representar simplesmente não nos representaram. E em vez de olharem para o Brasil, começaram a se preocupar apenas com a próxima eleição… e então, começaram a legislar em causa própria. Vimos os avanços do controle da inflação, do PSDB, e das políticas sociais, do PT, se desvirtuando em nome da manutenção do poder.

O Estado foi inchando, mascarando os problemas que gritam na frente de nossos olhos (Alguém sabe me explicar o que faz o último Ministério que foi criado?!).

A Educação se transformou em mercadoria. A saúde virou negócio, e apenas isso. E a segurança se resumiu à truculência policial… não é mesmo UPPs?!

Resultado? Nossos direitos foram sendo esquecidos… e quando nos demos conta, o que nos restava era uma carga tributária incompatível com nosso nível de desenvolvimento.

Perdemos o direito de caminhar pela rua, ir a um bar… Deixamos de ir a restaurantes porque eles começaram a sofrer arrastões. Evitamos os dentistas, porque até os consultórios ficaram à mercê da violência (afinal, nos últimos meses, dois colegas foram queimados!). Não andamos de bicicleta porque somos atropelados. E como somos da classe média, não podemos reclamar, porque na favela tá pior.

Aí, quando a água bateu na bunda, as pessoas cansaram de “curtir” as coisas no Face… e foram pra rua… Uns contra o aumento abusivo no preço do transporte público. Outros contra o crescimento da violência. Outros a favor da descriminalização do uso da Maconha… Todo mundo de saco a cheio da grande farra que virou o Brasil.

A imprensa, que sempre apoiou os movimentos, agora chama manifestantes de baderneiros e ridiculariza a classe média que tenta se retirar da zona de conforto.

Saiu na Folha de hoje uma matéria sobre o movimento “Juntos pela Vida: Acorda Brasil”, na qual o jornalista faz parecer que o ato foi uma grande piada, um “mimimi” de gente de classe média. Oi?! Gente de classe média não pode se manifestar?! Um dono de restaurante vítima de arrastão não pode demonstrar sua insatisfação contra a violência?! Não é legítimo?!

E não é só isso. Até os movimentos “populares” estão sendo ridicularizados. O que foi o comentário do Arnaldo Jabor sobre as manifestações de São Paulo?

Mesmo assim, as pessoas estão nas ruas. Saíram do estado de letargia. E o sonho de mudar o país não se rendeu à demonização da mídia… tampouco à truculência policial no “controle” das manifestações.

O Brasil precisa de mais gente como a Danielle Dahoui, Yael Steiner e Jessica Markus, que saíram da zona de conforto, levantaram a bunda da cadeira e foram fazer alguma coisa. Porque juntar grupos, abrir discussões e se manifestar é direito de rico, de pobre e de classe média … porque nós temos o direito de ter um país de direito.

EU NÃO QUERO BAGUNÇA EU QUERO VOLTAR A SONHAR!

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Made in Brazil

Por Fábio Bibancos
13/06/13 13:59

Gostaria de compartilhar com vocês o depoimento do Dr.  José Henrique Buzzachera Sironi, coordenador de Laranjeiras do Sul/PR… Lindo de morrer! Ai vai:

 

Esta história tenta, em poucas linhas, relatar o descobrimento:
da Europa, das amizades e do valor das coisas …

Já era maio de 2013 e estava sendo um ano muito importante em minha vida: Dentre outras coisas, graças a Oral-B, eu iria conhecer a Europa. Desde outubro do ano anterior, quando recebi a noticia (via Facebook) que estava entre os 20 que viajariam, começara a criar uma expectativa especial.

“Eu, dentista de Laranjeiras do Sul, interior do Paraná, vou conhecer a Europa!!!” Confesso que era um sonho de infância. Lembro-me de quando uma tia viajou para aquele continente e trouxe para meu primo, como lembrança, um ônibus de brinquedo, daqueles biarticulados, como esses que hoje circulam comumente em Curitiba. Eu e meu primo brincávamos com ele somente sobre o carpete do apartamento. Vez ou outra, com muita delicadeza, eu virava o brinquedo com as rodinhas pra cima e lia a inscrição entre seus eixos: MADE IN ITALY. A minha cabeça entendia “produzido na Terra do Nunca” ou “feito muuuuito longe, quase impossível se chegar”… E sonhando com essa terra longínqua deslizava o ônibus, como se fosse o motorista. Parava em um ponto imaginário e recebia os passageiros, com palavras inventadas na hora. Bastava enrolar a língua um pouco e balbuciar qualquer fonema e eu tinha a certeza que estava falando uma língua estrangeira… a mesma falada neste tal de MADE IN ITALY…

Muitos anos se passaram daquela brincadeira até hoje. A escola me fez entender que existia, sim, a possibilidade de um dia viajar para a Europa. Bastava trabalhar, guardar dinheiro e ir. Mas toda essa simplicidade não é tão simples assim. Já haviam passados 10 anos da formatura. Faziam cinco que acabara de pagar o financiamento do consultório, estou pagando minha especialização e casei. A cada boleto a distância entre Brasil e “MADE IN ITALY” aumentava… lembre-se: sou dentista em Laranjeiras do Sul, interior do Paraná. Consultório, casa, banco, mercado, dental, médico, roupa, protético, carro, IPTU, IPVA, CRO (pausa para vomitar), financiamento, financiamento e financiamento… é, existiam outra prioridades antes da Europa.

Ciosp 2009. Um stand que presenteava com bonecas de pano. – Hum! A fila nem tá tão grande assim!!! Vamos entrar! Duas crianças? Coordenador? Eu? Pode cadastrar meu nome aí!(acreditei no projeto).

Sorriso do Bem 2012: Embaixador… Cravo na faixa… Eu sou Embaixador…

(Facebook) Sério? Eu vou pra Portugal? É oficial, Hellen Mary?

Pronto, o sonho começou a se tornar realidade. Não estava acreditando. Lembro-me de estar sozinho no quarto do hotel em Piratininga quando recebi a notícia. Eu repetia pra mim mesmo: Eu vou pra Portugal… eu… vou pra Portugal (tentando tocar o chão… mas naquele momento era impossível… desculpa gente… eu acabara de saber que viajaria pra Europa).

26 de maio de 2013- dia do embarque. Confiro meu celular e lá está um recado do Marlon pela rede social: “Alguém já em Guarulhos?”- “Quem é Marlon?” – Pensei um instante. Ah… é aquele engravatadinho que ficou tirando da minha cara quando disse que tinha perdido a faixa do Sorriso do Bem. Não vou responder! Deixe-o sozinho, perdido no aeroporto… bem feito!(Brincadeira… gostei deste cara desde a primeira postagem. Foi uma das pessoas mais queridas e interessantes que eu já conheci na minha vida).

Olha, Adri! Vamos comer no Mc Donalds!!!(A gente se identificou logo de cara, né?!)
José, aquele ali faz parte do grupo? Apontava para o representante de Farroupilha-RS, que até o dia seguinte de viagem, não lembrávamos o nome… mas conversamos. Chamávamos apenas de “você”.

Vamos para o guichê da Ibéria que está na hora!!! Desfilava todo orgulhoso, aquele grupo com camisetinha da Oral-B, sorriso no rosto e muita ansiedade. Hora do embarque: caos… tenho certeza que a maior parte das pessoas que passam por Guarulhos pensa a mesma coisa: “- imagina isso aqui na Copa!!!”

Chegamos a Madri. Outra realidade. Dava pra realizar a Copa dentro do Aeroporto, de tão grande e organizado. Deixa a estrutura pra lá… bora pra Portugal.

Que pouso terrível! Não é, Paulo? Que pra variar estava cochilando e deu um pulo no momento em que o avião tocou pela terceira vez o solo.

Aeroporto de Portugal… Já chegamos e ainda não senti diferença no ar!(tinha a certeza que existiria alguma diferença) Deve ser efeito do fuso, com certeza daqui a pouco começo perceber o Velho Mundo…

– Dou 10 Euros pra quem falar pra Camila que o cabelo dela não ficou bom!!! Sugeriu um daqueles que mais tarde faria parte dos “Ducolinos”- Grupo dos “corneteiros” que ficavam geograficamente posicionados no fundo do busão. Ninguém falou… e nem tava tão ruim assim… era culpa do vento! (espero…)

Chegando ao hotel a nossa primeira tarefa oficial era uma reunião sobre “Regras de Convivência”. Quando alguém recebe um convite para uma reunião com esse teor deve pensar: – Meu Deus!!! Este grupo deve ser muito barra pesada. Tanto que separaram 45 minutos da nossa viagem para nos ensinar como devemos nos comportar… (fiquei com medo!!! Quem seria meu colega de quarto? Será que ele prestou atenção na reunião? Será que esta reunião foi feita especialmente pra ele? Será que esta reunião não foi feita exclusivamente pra mim?).

-José, já entregou o passaporte para fazer o check-in? Perguntou Hilário. –Não! Respondi. Então falta você e o Luis. (Putz!!! Juntaram os maus elementos… certamente a reunião foi pra nós…).

Começaram os passeios, as reuniões e os jantares (o que foi aquele pôr do sol no veleiro?) mas ainda não tinha caído a ficha. Ainda não estava sentindo a Europa. Comecei entrar em crise…
No último dia em Portugal, sem ainda “sentir a Europa”, enquanto nos dirigíamos para o aeroporto, entendi o porquê de não tê-la sentido: Fomos recebidos e cuidados tão bem por este país, em especial, que parecia não termos saído do Brasil… daí não ter notado diferença alguma… (minha mente descansou e suspirando ares de Lisboa, pensei: Estou em casa !!!)

Chegamos a Roma tarde da noite e o transfer atrasou, por isso fomos comer onde ainda estava aberto. Uma pizzaria romana que pertencia a um árabe e servia churrasco grego… Preferi comer um assado.

No caminho de regresso ao hotel passamos em frente a um “ristorante giaponese”. Motivo mais que justo para o Jhonatas tirar uma casquinha…

Pela manhã em nosso primeiro passeio entendi o real significado da palavra globalização. É praticamente impossível se encontrar um souvenir genuinamente italiano. Olhava a etiqueta, por etiqueta e nada. Hoje, tudo vem da China. Lembrei-me na hora do ônibus de brinquedo do meu primo. Nativíssimo…

Não irei relatar (agora) cada visita, apenas declaro que amei todas, mas alguns detalhes me chamaram a atenção e deixo uma dica muito importante para os próximos visitantes:

1- Leve máquina fotográfica, mas restrinja o seu uso. A gente acaba perdendo muitos momentos preciosos procurando fotografar tudo e acaba não contemplando nada. A beleza existente naqueles lugares é imensurável e merece toda a nossa atenção…

Aprendi esta lição quando, voltando de um jantar maravilhoso, eu, Fábio, Leo, Eric, Renata, Ric, Camila Dinho e Marlon, nos sentamos em frente a Fontana di Trevi e mudos, passamos ali uns 30 minutos. Foi o máximo de tempo em que o Fábio conseguiu ficar em silêncio, até soltar um sonoro: “- Ela vai engordar!!!” Tentando desesperadamente alertar um jovem apaixonado que pedia a mão de sua amada em casamento naquele cenário mais que propício…

A cada amanhecer um aprendizado e entre um e outro ensinamento, como foi paradoxo, no começo do dia, estar perdido no meio do nada, rodeado apenas por catacumbas vazias com o “Melhor do Mundo” e logo depois estar em um dos lugares mais altos de Roma, comendo pizza com o mesmo “Melhor do Mundo”. Isso apenas me fez entender que independente dos altos e baixos da vida quem estiver lhe acompanhando nestes dois extremos sem mudança de comportamento com certeza merece o título de “o melhor”.

Não foram apenas 11 dias… Foram 20 e poucas vidas com uma nova percepção sobre a vida…

Por fim entendi que a verdadeira riqueza desta viagem foram as pessoas que desde o começo já estavam perto de mim sejam elas MADE IN BRAZIL, MADE IN PORTUGAL, MADE IN BOLIVIA e a EUROPA, que tanto sonhei, serviu apenas como um belíssimo cenário para nossos atos de cumplicidade e verdadeira alegria… Amigos, amo vocês !!! Oral-B, muito Obrigado…

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