Qual é o papel da escola pública e das instituições afinal?
22/07/13 13:30Existem vários fatores que impedem que mais jovens cheguem à cadeira dos dentistas do bem. Entretanto, não há nada pior do que o responsável por uma escola/instituição impedir que o coordenador faça a triagem. Porque ai há crianças precisando de ajuda e há gente disposta a ajudar… mas um terceiro interrompe a conexão entre as duas pontas. Resultado: centenas de jovens continuam sofrendo por causa dos dentes.
Aconteceu um caso desses na semana passada. Pedimos para nossa coordenadora de Itaú de Minas/MG fazer uma triagem em S. Sebastião do Paraíso/MG. Aconteceria na E.E. Paula Frassinetti. Até que a vice-diretora resolveu consultar a inspetora escolar… que, por sua vez, repassou para a Superintendente de São Sebastião do Paraíso… que ligou em BH para obter maiores informações da Secretaria de Educação de Minas Gerais. A qual não permitiu que fizéssemos a triagem, alegando que “a escola não pode ter nenhuma responsabilidade ou vínculo, podendo responder em casos de alergia, entre outros”. Pra terminar, eles disseram “o projeto é muito bem quisto e benéfico para a comunidade, mas não pode ter o intermédio da escola”. Oi?!
Isso gerou uma revolta tão grande aqui, que nossa assistente social, Juliana Santos, fez um desabafo. O qual, divido com vocês:
“É estranho pensar que existem instituições e escolas públicas, que deveriam assegurar que as necessidade básicas dos adolescentes fossem garantidas, tenham negado por diversas vezes o direito à saúde, o direito de sorrir, o direito de não sentir dor, o direito de ter uma boa colocação no mercado de trabalho, o direito à dignidade.
Todos os dias, vou em busca de instituições e escolas públicas que recebam o Projeto Dentista do Bem. E cada vez mais, tenho a certeza que estas instituições não sabem qual é o seu papel na sociedade. Afinal se elas não servem para impactar a vida desses jovens, para que servem?
Tenho que ouvir por diversas vezes que os problemas bucais dos adolescentes são responsabilidade da família, e que as instituições não têm porque receber o projeto. Fico pensando, se essas pessoas entendessem o seu papel, teriam pelo menos que saber que está garantido no Estatuto da Criança e Adolescente, em seu Artigo 4º, que “é dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta PRIORIDADE, a efetivação dos direitos referentes à vida, à SAÚDE, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.”
Fico louca em saber que são estas escolas e instituições as responsáveis pela formação desses adolescentes. Muitos desses adolescentes não têm nada e o pouco que podem ter lhe é negado por puro comodismo, por PREGUIÇA, por falta de preparo de instituições e escolas públicas que aprenderam a não fazer nada, com a desculpa de não terem nada…
Só falo uma coisa para você, que faz parte dessa pequena parcela de instituições e escolas públicas, que se esforçam para serem inúteis: a falta de verba e estrutura não justifica o fato de não cumprirem o seu papel para com a sociedade. Nós, do projeto Dentista do Bem, começamos com um sonho e hoje contamos com mais de 15 mil anjos que abrem espaço nas suas agendas para devolverem sorrisos de quem não pode pagar por um tratamento. E o seu pagamento são apenas sonhos que são concretizados por esses adolescentes. Então parem de inventar desculpas para não fazerem e simplesmente façam.”
É difícil aceitar mais infelizmente é isso o que acontece, enquanto muitos querem ajudar, outros preferem atrapalhar… e pensar que existe tantas pessoas preparadas sem oportunidades…enquanto isto tantos despreparados oportunistas…isso é Brasil!
O desabafo é honesto e pertinente. Tenho bom coração e ajudaria , faria triagem. Como na rede de Vila Velha nós professores já fizemos teste de visão.
Mas o que não quer calar é , “tudo nós” professores mal remunerados desrespeitados. Ir além da sua função tem nuances as vezes incompreendidos. o corpo não é competência do professor na visão do pai. Contatos e oerientações sobre ele podem ser feitos de boa fé , mas podem gerar “processos” que não dão em nada , mas que desanimam. Sinto que muitas empresase boas instituições querem usar a escola. E a escola tá mal e mal se sustentando na disciplina e na conquista de habilidades básicas. Todos querem ser sócios no ônus e ninguém no bônus.
Não tem como explicar… dá muita raiva.
É a “burrocracia” cagando nos direitos básicos dos cidadãos.
Não consigo nem comentar, tamanha a minha indignação…..
Felizmente, nunca me deparei com essa situação, muito pelo contrário, graças ao Bom Deus!!!! Pois acho que não responderia por mim….
Se a escola tem espaço para outros projetos este pode ser incluindo junto com a escovação das crianças.
Concordo plenamente, a escola tem o dever
social de ajudar seus alunos, se tem espaço para outros projetos este pode ser incluindo junto com a escovação das crianças.
Como coordenadora, já senti na pele o quão vazio e mesquinho pode ser um diretor, um “sargento” que não pensa em seus alunos…. e já me perguntei diversas vezes o que esperar do futuro de jovens que “aprendem” com esse tipo de gente. Mas para cada um desses, existem muitos outros com um coração gigantesco que estão sempre dispostos a nos ajudar mais!!!!
Concordo plenamente, a escola tem o dever
social de ajudar seus alunos, e porque não contemplando com a visita dos dentistas do bem. Se tem espaço para outros projetos este pode ser incluindo junto com a escovação das crianças.
Enlouquecida!!! De raiva de saber que existe gente despreparada, descompromissada, e que não tem um pingo de respeito para com os jovens que de alguma forma passam pela sua tutela.
Mais uma sina do funcionalismo publico, onde muitas vezes os mais preparados e honestos ficam para tras….
Madre mía que triste!! No entiendo a esa gente de verdad! no es pereza ES RIDÍCULO!
Affs!!! Desespero n´alma!