Made in Brazil
13/06/13 13:59Gostaria de compartilhar com vocês o depoimento do Dr. José Henrique Buzzachera Sironi, coordenador de Laranjeiras do Sul/PR… Lindo de morrer! Ai vai:
Esta história tenta, em poucas linhas, relatar o descobrimento:
da Europa, das amizades e do valor das coisas …
Já era maio de 2013 e estava sendo um ano muito importante em minha vida: Dentre outras coisas, graças a Oral-B, eu iria conhecer a Europa. Desde outubro do ano anterior, quando recebi a noticia (via Facebook) que estava entre os 20 que viajariam, começara a criar uma expectativa especial.
“Eu, dentista de Laranjeiras do Sul, interior do Paraná, vou conhecer a Europa!!!” Confesso que era um sonho de infância. Lembro-me de quando uma tia viajou para aquele continente e trouxe para meu primo, como lembrança, um ônibus de brinquedo, daqueles biarticulados, como esses que hoje circulam comumente em Curitiba. Eu e meu primo brincávamos com ele somente sobre o carpete do apartamento. Vez ou outra, com muita delicadeza, eu virava o brinquedo com as rodinhas pra cima e lia a inscrição entre seus eixos: MADE IN ITALY. A minha cabeça entendia “produzido na Terra do Nunca” ou “feito muuuuito longe, quase impossível se chegar”… E sonhando com essa terra longínqua deslizava o ônibus, como se fosse o motorista. Parava em um ponto imaginário e recebia os passageiros, com palavras inventadas na hora. Bastava enrolar a língua um pouco e balbuciar qualquer fonema e eu tinha a certeza que estava falando uma língua estrangeira… a mesma falada neste tal de MADE IN ITALY…
Muitos anos se passaram daquela brincadeira até hoje. A escola me fez entender que existia, sim, a possibilidade de um dia viajar para a Europa. Bastava trabalhar, guardar dinheiro e ir. Mas toda essa simplicidade não é tão simples assim. Já haviam passados 10 anos da formatura. Faziam cinco que acabara de pagar o financiamento do consultório, estou pagando minha especialização e casei. A cada boleto a distância entre Brasil e “MADE IN ITALY” aumentava… lembre-se: sou dentista em Laranjeiras do Sul, interior do Paraná. Consultório, casa, banco, mercado, dental, médico, roupa, protético, carro, IPTU, IPVA, CRO (pausa para vomitar), financiamento, financiamento e financiamento… é, existiam outra prioridades antes da Europa.
Ciosp 2009. Um stand que presenteava com bonecas de pano. – Hum! A fila nem tá tão grande assim!!! Vamos entrar! Duas crianças? Coordenador? Eu? Pode cadastrar meu nome aí!(acreditei no projeto).
Sorriso do Bem 2012: Embaixador… Cravo na faixa… Eu sou Embaixador…
(Facebook) Sério? Eu vou pra Portugal? É oficial, Hellen Mary?
Pronto, o sonho começou a se tornar realidade. Não estava acreditando. Lembro-me de estar sozinho no quarto do hotel em Piratininga quando recebi a notícia. Eu repetia pra mim mesmo: Eu vou pra Portugal… eu… vou pra Portugal (tentando tocar o chão… mas naquele momento era impossível… desculpa gente… eu acabara de saber que viajaria pra Europa).
26 de maio de 2013- dia do embarque. Confiro meu celular e lá está um recado do Marlon pela rede social: “Alguém já em Guarulhos?”- “Quem é Marlon?” – Pensei um instante. Ah… é aquele engravatadinho que ficou tirando da minha cara quando disse que tinha perdido a faixa do Sorriso do Bem. Não vou responder! Deixe-o sozinho, perdido no aeroporto… bem feito!(Brincadeira… gostei deste cara desde a primeira postagem. Foi uma das pessoas mais queridas e interessantes que eu já conheci na minha vida).
Olha, Adri! Vamos comer no Mc Donalds!!!(A gente se identificou logo de cara, né?!)
José, aquele ali faz parte do grupo? Apontava para o representante de Farroupilha-RS, que até o dia seguinte de viagem, não lembrávamos o nome… mas conversamos. Chamávamos apenas de “você”.
Vamos para o guichê da Ibéria que está na hora!!! Desfilava todo orgulhoso, aquele grupo com camisetinha da Oral-B, sorriso no rosto e muita ansiedade. Hora do embarque: caos… tenho certeza que a maior parte das pessoas que passam por Guarulhos pensa a mesma coisa: “- imagina isso aqui na Copa!!!”
Chegamos a Madri. Outra realidade. Dava pra realizar a Copa dentro do Aeroporto, de tão grande e organizado. Deixa a estrutura pra lá… bora pra Portugal.
Que pouso terrível! Não é, Paulo? Que pra variar estava cochilando e deu um pulo no momento em que o avião tocou pela terceira vez o solo.
Aeroporto de Portugal… Já chegamos e ainda não senti diferença no ar!(tinha a certeza que existiria alguma diferença) Deve ser efeito do fuso, com certeza daqui a pouco começo perceber o Velho Mundo…
– Dou 10 Euros pra quem falar pra Camila que o cabelo dela não ficou bom!!! Sugeriu um daqueles que mais tarde faria parte dos “Ducolinos”- Grupo dos “corneteiros” que ficavam geograficamente posicionados no fundo do busão. Ninguém falou… e nem tava tão ruim assim… era culpa do vento! (espero…)
Chegando ao hotel a nossa primeira tarefa oficial era uma reunião sobre “Regras de Convivência”. Quando alguém recebe um convite para uma reunião com esse teor deve pensar: – Meu Deus!!! Este grupo deve ser muito barra pesada. Tanto que separaram 45 minutos da nossa viagem para nos ensinar como devemos nos comportar… (fiquei com medo!!! Quem seria meu colega de quarto? Será que ele prestou atenção na reunião? Será que esta reunião foi feita especialmente pra ele? Será que esta reunião não foi feita exclusivamente pra mim?).
-José, já entregou o passaporte para fazer o check-in? Perguntou Hilário. –Não! Respondi. Então falta você e o Luis. (Putz!!! Juntaram os maus elementos… certamente a reunião foi pra nós…).
Começaram os passeios, as reuniões e os jantares (o que foi aquele pôr do sol no veleiro?) mas ainda não tinha caído a ficha. Ainda não estava sentindo a Europa. Comecei entrar em crise…
No último dia em Portugal, sem ainda “sentir a Europa”, enquanto nos dirigíamos para o aeroporto, entendi o porquê de não tê-la sentido: Fomos recebidos e cuidados tão bem por este país, em especial, que parecia não termos saído do Brasil… daí não ter notado diferença alguma… (minha mente descansou e suspirando ares de Lisboa, pensei: Estou em casa !!!)
Chegamos a Roma tarde da noite e o transfer atrasou, por isso fomos comer onde ainda estava aberto. Uma pizzaria romana que pertencia a um árabe e servia churrasco grego… Preferi comer um assado.
No caminho de regresso ao hotel passamos em frente a um “ristorante giaponese”. Motivo mais que justo para o Jhonatas tirar uma casquinha…
Pela manhã em nosso primeiro passeio entendi o real significado da palavra globalização. É praticamente impossível se encontrar um souvenir genuinamente italiano. Olhava a etiqueta, por etiqueta e nada. Hoje, tudo vem da China. Lembrei-me na hora do ônibus de brinquedo do meu primo. Nativíssimo…
Não irei relatar (agora) cada visita, apenas declaro que amei todas, mas alguns detalhes me chamaram a atenção e deixo uma dica muito importante para os próximos visitantes:
1- Leve máquina fotográfica, mas restrinja o seu uso. A gente acaba perdendo muitos momentos preciosos procurando fotografar tudo e acaba não contemplando nada. A beleza existente naqueles lugares é imensurável e merece toda a nossa atenção…
Aprendi esta lição quando, voltando de um jantar maravilhoso, eu, Fábio, Leo, Eric, Renata, Ric, Camila Dinho e Marlon, nos sentamos em frente a Fontana di Trevi e mudos, passamos ali uns 30 minutos. Foi o máximo de tempo em que o Fábio conseguiu ficar em silêncio, até soltar um sonoro: “- Ela vai engordar!!!” Tentando desesperadamente alertar um jovem apaixonado que pedia a mão de sua amada em casamento naquele cenário mais que propício…
A cada amanhecer um aprendizado e entre um e outro ensinamento, como foi paradoxo, no começo do dia, estar perdido no meio do nada, rodeado apenas por catacumbas vazias com o “Melhor do Mundo” e logo depois estar em um dos lugares mais altos de Roma, comendo pizza com o mesmo “Melhor do Mundo”. Isso apenas me fez entender que independente dos altos e baixos da vida quem estiver lhe acompanhando nestes dois extremos sem mudança de comportamento com certeza merece o título de “o melhor”.
Não foram apenas 11 dias… Foram 20 e poucas vidas com uma nova percepção sobre a vida…
Por fim entendi que a verdadeira riqueza desta viagem foram as pessoas que desde o começo já estavam perto de mim sejam elas MADE IN BRAZIL, MADE IN PORTUGAL, MADE IN BOLIVIA e a EUROPA, que tanto sonhei, serviu apenas como um belíssimo cenário para nossos atos de cumplicidade e verdadeira alegria… Amigos, amo vocês !!! Oral-B, muito Obrigado…
De arrepiar!! Amei!
Esse cara é demais! Vamos indica-lo para autor de peça teatral ou de novela. Parabéns José Henrique.
Q lindo textoooo!!! foi maravilhoso em te conhecer, compartilhar lindos momentos. Abrazo gigante!
Uma história de livros infantis…. O sonho trnano-se relidade.
Ze…vc exala simplicidade e isso contagia, que gostoso…bem q um passarinho me disse q vc escrevia muito bem…lindo texto
Divino texto José. Acho que todos nós nos vimos aí. Grande abraço.
Dr.José lindo o seu depoimento.Adoro os Dentistas do Bem.Somos Atendidos pelo projeto.Parabéns pela viagem.Abraços fraternais
José a sensação foi a mesma parecia que éramos velhos amigos se reencontrando! Foi reconfortante vc ser o primeiro contato de uma galera que eu lembrava o nome da cidade, mas não do nome ( achei q vc
Iria manter segredo com essa história de não lembrarmos o nome do Paulo, só a cidade rs rs). Vc conseguiu colocar em palavras em um texto fabuloso muitas coisas das quais me identifico muito!!!!!!! Uma delas é a oportunidade de ter o sonho de ir para Europa!!!! Valeu por deixar claro sentimentos muito parecidos! Valeu oral B pela oportunidade
Adorei o modo como o texto foi conduzido, passou verdade e emoção, parabéns!
Que lindooooo!
Poxa, em Lisboa venta muito jose!! Hahahaha
10 euros pra pegar no meu pé? Ate que meu passe nao ta mal… rsrsrsrsrs
Lindo demais!!! Amei seu texto.
Lindo relato!!!
Que lindo o seu jeito de escrever. Me emocionei e vivi um pouco desta viagem com vocês.
Belissimo relato, Ze Henrique, não sou porta voz de ninguém, mas acredito que o grupo do ano anterior sentiu a mesma coisa…. Seus filtros e suas observações falam por nos. Abs
Eu não digo sempre que “tudo” na vida tem um sentido????? Agora compreendo mais e melhor do nunca, que o José Henrique “tinha” que ter ido para a Europa…… Nunca me senti tão confortada e tão bem “substituída!!! Zé, aguardamos outros relatos assim “emocionantes”…..!!!
Zé, que lindoooo…!!!! Chorei…vc é de uma sensibilidade única! Amei te conhecer e morrer de rir com vc me escondendo as lojas né??? E o avental, já usou? bjo grande.
Querido José, lindo e emocionante relato, e doce como você. Super prazer em te conhecer melhor. Beijão
José, quando te escrevi e pedi para vc não deixar de escrever era porque eu já sabia que seu relato seria fantástici e que precisávamos ler de você essa história!!! parabens pelo sonho realizado, parabéns pelas palavras e sucesso!
q lindoooo! emocionante!!!
Lindo relato…
Que relato legal. Vc é dez!!!!