Até que faz sentido...
19/04/13 13:30Parou em minha caixa de email essa lista. Ela foi feita por um francês, Olivier Teboul, que atualmente mora em Belo Horizonte… e mostra seu ponto de vista sobre o Brasil em 65 itens diferentes (clique aqui para conhecer o blog dele). Eu adorei o que ele diz sobre nós!
“Aqui são umas das minhas observações, as vezes um pouco exageradas, sobre o Brasil. Nada sério.
– Aqui no Brasil, tudo se organiza em fila: fila para pagar, fila para pedir, fila para entrar, fila para sair e fila para esperar a próxima fila. E duas pessoas já bastam para constituir uma fila.
– Aqui no Brasil, o ano começa “depois do Carnaval”.
– Aqui no Brasil, não se pode tocar a comida com as mãos. No MacDonalds, hambúrguer se come dentro de um guardanapo. Toda mesa de bar, restaurante ou lanchonete tem um distribuidor de guardanapos e de palitos. Mas esses guardanapos são quase de plástico, nada de suave ou agradável. O objetivo não é de limpar suas mãos ou sua boca, mas é de pegar a comida com as mãos sem deixar papel nem na comida nem nas mãos.
– Aqui no Brasil tudo é gay (ou ‘viado’). Beber chá: é gay. Pedir um coca zero: é gay. Jogar vôlei: é gay. Beber vinho: é gay. Não gostar de futebol: é gay. Ser francês: é gay, ser gaúcho: gay, ser mineiro: gay. Prestar atenção em como se vestir: é gay. Não falar que algo é gay: também é gay.
– Aqui no Brasil, os homens não sabem fazer nada das tarefas do dia a dia: não sabem faxinar, nem usar uma máquina de lavar. Não sabem cozinhar, nem em nível de sobrevivência: fazer arroz ou massa. Não podem concertar um botão de camisa. Também não sabem coisas que são consideradas fora como extremamente masculinas, como trocar uma roda de carro. Fui realmente criado em outro mundo…
– Aqui no Brasil, sinais exterior de riqueza são muito comuns: carros importados, restaurantes caríssimos em bairros chiques, clubes seletivos cujos cotas atingem valores estratosféricas.
– Aqui no Brasil, os casais sentam um do lado do outro nos bares e restaurantes como se eles estivessem dentro de um carro.
– Aqui no Brasil, os homens se vestem mal em geral, ou seja não ligam. Sapatos para correr se usam no dia a dia, sair de short, chinelos e camiseta qualquer é comum. Comum também é sair de roupas de esportes, mas sem a intenção de praticar esporte. Se vestir bem também é meio gay.
– Aqui no Brasil, o cliente não pede cerveja pro garçom, o garçom traz a cerveja de qualquer jeito.
– Aqui no Brasil, todo mundo torce para um time, de perto ou de longe.
– Aqui no Brasil, sempre tem um padre falando na televisão ou na rádio.
– Aqui no Brasil, a vida vai devagar. É normal estar preso no trânsito o dia todo. Mas não durma no semáforo não. Aí tem que ser rápido e sair até antes do semáforo passar no verde. Não depende se tiver muitas pessoas atrás, nem se estiverem atrasados. Também é normal ficar 10 minutos na fila do supermercado embora tenha só uma pessoa na sua frente. Aí demora para passar os artigos, e muitas vezes a pessoa da caixa tem que digitar os códigos de barra na mão ou pedir ajuda para outro funcionário para achar o preço de um artigo. Mas, na hora de retirar o cartão de credito, aí tem que ser rápido. Não é brincadeira, se não retirar o cartão na hora, a mesma moça da caixa que tomou 10 minutos para 10 artigos vai falar agressivamente para você agilizar: “pode retirar o cartão!”.
– Aqui no Brasil, os chineses são japoneses.
– Aqui no Brasil, a música faz parte da vida. Qualquer lugar tem musica ao vivo. Muitos brasileiros sabem tocar violão, embora não considerem que toquem se perguntar pra eles. Tem músicos talentosos, mas não tantos tocam as músicas deles. Bares estão cheios de bandas cover.
– Aqui no Brasil, a política não funciona só na dimensão esquerda – direita. Brasil é um país de esquerda em vários aspectos e de direita em outros. Por exemplo, se pode perder seu emprego de um dia pra outro quase sem aviso. Tem uma diferença enorme entre os pobres e os ricos. Ganhar vinte vezes o salário mínimo é bastante comum, e ganhar o salário mínimo ainda mais. As crianças de classe média ou alta estudam quase todos em escolas particulares, as igrejas tem um impacto muito importante sobre decisões políticas. E de outro lado, existe um sistema de saúde público, o estado tem muitas empresas, tem muitos funcionários públicos, tem bastante ajuda para erradicar a pobreza em regiões menos desenvolvidas do país. O mesmo governo é uma mistura de política conservadora, liberal e socialista.
– Aqui no Brasil, é comum conhecer alguém, bater um papo, falar “a gente se vê, vamos combinar, tá?”, e nem trocar telefone.
– Aqui no Brasil, a palavra “aparecer” em geral significa, “não aparecer”. Exemplo: “Vou aparecer mais tarde” significa na prática “não vou não”.
– Aqui no Brasil, o clima é muito bom. Tem bastante sol, não está frio, todas as condições estão reunidas para poder curtir atividades fora. Porém, aos domingos, se quiser encontrar uma alma viva no meio da tarde, tem que ir pro shopping. As ruas estão às moscas, mas os shopping estão lotados. Shopping é a coisa mais sem graça do Brasil.
– Aqui no Brasil, novela é mais importante do que cinema. Mas o cinema nacional é bom.
– Aqui no Brasil, não falta espaço. Falam que o país tem dimensões continentais. E é verdade, daria para caber a humanidade inteira no Brasil. Mas então, se há tanto espaço, por que é que as garagens dos prédios são tão estreitas? Por que existe até o conceito de vaga presa?
– Aqui no Brasil, comida salgada é muito salgada e comida doce é muito doce. Até comida é muita comida.
– Aqui no Brasil, se produz o melhor café do mundo e em grandes quantidades. Uma pena que em geral se prepare muito mal e cheio de açúcar.
– Aqui no Brasil, praias bonitas não faltam. Porém, a maioria dos brasileiros viajam todos para as mesmas praias, Búzios, Porto de Galinhas, Jericoacoara etc.
-Aqui no Brasil, futebol é quase religião e cada time uma capela.
– Aqui no Brasil, as pessoas acham que dirigir mal, ter trânsito, obras com atraso, corrupção, burocracia, falta de educação, são conceitos especificamente brasileiros. Mas nunca fui num país onde as pessoas dirigem bem, onde nunca tem transito, onde as obras terminam na data prevista, onde corrupção é só uma teoria, onde não tem papelada para tudo e onde tudo mundo é bem educado!
– Aqui no Brasil, esporte é ou academia ou futebol. Uma pena que só o futebol seja olímpico.
– Aqui no Brasil, existem três padrões de tomadas. Vai entender porque…
– Aqui no Brasil, não se assuste se for convidado para uma festa de aniversário de dois anos de uma criança. Vai ter mais adultos do que crianças, e mais cerveja do que suco de laranja. Também não se assuste se parece mais com a coroação de um imperador romano do que como o aniversário de dois anos. É ‘normal’.
– Aqui no Brasil, não tem o conceito de refeição com entrada, prato principal, queijo, e sobremesa separados. Em geral se faz um prato com tudo: verdura, carne, queijo, arroz e feijão. Dai sempre acaba-se comendo uma mistura de tudo.
– Aqui no Brasil, o Deus está muito presente… pelo menos na linguagem: ‘vai com o Deus’, ‘se Deus quiser’, ‘Deus me livre’, ‘ai meu Deus’, ‘graças a Deus’, ‘pelo amor de Deus’. Ainda bem que ele é Brasileiro.
– Aqui no Brasil, cada vez que ouço a palavra ‘Blitz’, tenho a impressão que a Alemanha vai invadir de novo. Reminiscência da consciência coletiva francesa…
– Aqui no Brasil, país com muita ascendência italiana, tem uma lei que se chama ‘lei do silêncio’. Que mau gosto! Parece que esqueceram que lá na Itália, a lei do silêncio (também chamada de “omerta”) se refere a uma prática da máfia que se vinga das pessoas que denunciam suas atividades criminais.
– Aqui no Brasil, se acha todo tipo de nomes, e muitos nomes americanos abrasileirados: Gilson, Rickson, Denilson, Maicon, etc.
– Aqui no Brasil, quando comprar tem que negociar.
– Aqui no Brasil, os homens se abraçam muito. Mas não é só um abraço: se abraçam, se tocam os ombros, a barriga ou as costas. Mas nunca se beija. Isso também é gay.
– Aqui no Brasil, o polegar erguido é sinal pra tudo: “Ta bom?”, “obrigado”, “desculpa”.
– Aqui no Brasil, quando um filme passa na televisão, não passa uma vez só. Se perder pode ficar tranquilo que vai passar mais umas dez outras vezes nos próximos dias. Assim já vi “Hitch” umas quatro vezes sem querer assistir nenhuma.
– Aqui no Brasil, tem um jeito estranho de falar coisas muito comuns. Por exemplo, quando encontrar uma pessoa, pode falar “bom dia”, mas também se fala “e ai?”. E ai o quê? Parece uma frase abortada. Uma resposta correta e comum a “obrigado” e “imagina”. Imagina o quê? Talvez eu que falte com a imaginação.
– Aqui no Brasil, todo mundo gosta de pipoca e de cachorro quente. Não entendo.
– Aqui no Brasil, quando você tem algo pra falar, é bom avisar que vai falar antes de falar. Assim, se ouvi muito: “vou te falar uma coisa”, “deixa te falar uma coisa”, “é o seguinte”, e até o meu preferido: “olha só pra você ver”. Obrigado por me avisar, já tinha esquecido para que tinha olhos.
– Aqui no Brasil, as lojas, os negócios e os lugares sempre acham um jeito de se vender como o melhor. Já comi em vários ‘melhor bufe da cidade’ na mesma cidade. Outro superativo de cara de pau é ‘o maior da ‘América latina’. Não custa nada e ninguém vai conferir.
– Aqui no Brasil, tem uma relação ambígua e assimétrica com a América Latina. A cultura do resto da América Latina não entra no Brasil, mas a cultura brasileira se exporta lá. Poucos são os brasileiros que conhecem artistas argentinos ou colombianos, poucos são os brasileiros que vão de férias na América Latina (a não ser Buenos Aires ou Machu Pichu), mas eles em geral visitaram mais países europeus do que eu. O Brasil às vezes parece uma ilha gigante na América latina, embora que tenha uma fronteira com quase todos os outros países do continente.
– Aqui no Brasil, relacionamentos são codificados e cada etapa tem um rótulo: peguete, ficante, namorada, noiva, esposa, (ex-mulher…). Amor com rótulos.
-Aqui no Brasil, a comida é: arroz, feijão e mais alguma coisa.
– Aqui no Brasil, o povo é muito receptivo. É natural acolher alguém novo no seu grupo de amigos. Isso faz a maior diferença do mundo. Obrigado, brasileiros.
– Aqui no Brasil, os brasileiros acreditam pouco no Brasil. As coisas não podem funcionar totalmente ou dar certo, porque aqui, é assim, é Brasil. Tem um sentimento geral de inferioridade que é gritante. Principalmente a respeito dos Estados Unidos. Tô esperando o dia quando o Brasil vai abrir seus olhos.
– Aqui no Brasil, de vez em quando, no vocabulário aparece uma palavra francesa. Por exemplo ‘petit gâteau’. Mas para ser entendido, tem que falar essas palavras com o sotaque local. Faz sentido, mas não deixa de ser esquisito.
– Aqui no Brasil, tem um organismo chamado DETRAN. Nem quero falar disso, não saberia por onde começar…
– Aqui no Brasil, dentro dos carros, sempre tem uma sacola de tecido na alavanca de mudança pra colocar o lixo.
– Aqui no Brasil, os brasileiros escovam os dentes no escritório depois do almoço.
– Aqui no Brasil, se limpa o chão com esse tipo de álcool que parece uma geleia.
– Aqui no Brasil, a versão digital de ‘fazer fila’ é ‘digitar códigos’. No banco, pra tirar dinheiro, tem dois códigos. No supermercado, o leitor de código de barra estando funcionando mal tem que digitar os códigos dos produtos. Mas os melhores são os boletos pra pagar na internet: uns 50 dígitos. Sempre tem que errar um pelo menos. Demora.
– Aqui no Brasil, o sistema sempre tá “fora do ar”. Qualquer sistema, principalmente os terminais de pagamento de cartão de credito.
– Aqui no Brasil, tem um lugar chamado cartório. Grande invenção para ser roubado direito e perder seu tempo durante horas para tarefas como certificar uma cópia (que o funcionário nem vai olhar), ou conferir que sua firma é sua firma.
– Aqui no Brasil, parece que a profissão onde as pessoas são mais felizes é coletor de lixo. Eles estão sempre empolgados, correndo atrás do caminhão como se fosse um trilho do carnaval. Eles também são atletas. Tem a energia de correr, jogar as sacolas, gritar, e ainda falar com as mulheres passando na rua.
– Aqui no Brasil, pode pedir a metade da pizza de um sabor e a metade de outro. Ideia simples e genial.
– Aqui no Brasil, não tem água quente nas casas. Daí tem aquele sistema muito esperto que é o chuveiro que aquece a água. Só tem um porém. Ou tem água quente ou tem um débito bom. Tem que escolher porque não da para ter os dois.
– Aqui no Brasil, as pessoas saem da casa dos pais quando casam. Assim tem bastante pessoas de 30 anos ou mais morando com os pais.
– Aqui no Brasil, tem três palavras para mandioca: mandioca, aipim e macaxeira. Lá na França nem existe mandioca.
– Aqui no Brasil, tem o numero de telefone, tem um DDD e também um número de operadora. Uma complicação a mais que pode virar a maior confusão.
– Aqui no Brasil, quando encontrar com uma pessoa, se fala: “Beleza?” e a resposta pode ser “Jóia”. Traduzindo numa outra língua, parece que faz pouco sentido, ou parece um dialogo entre o Dalai-Lama e um discípulo dele. Por exemplo em inglês: “The beauty? – The joy”. Como se fosse um duelo filosófico de conceitos abstratos.
– Aqui no Brasil, a torneira sempre pinga.
– Aqui no Brasil, no táxi, nunca se paga o que está escrito. Ou se aproxima pra cima ou pra baixo.
– Aqui no Brasil, marcar um encontro às 20:00 significa às 21:00 ou depois. Principalmente se tiver muitas pessoas envolvidas.
– Aqui, Belo Horizonte é a menor cidade grande do mundo. 5 milhões de habitantes, mas todo mundo conhece todo mundo. Por isso que se fala que BH é um ovo. Eu diria que é um ovo frito. Assim fica mais mineiro.
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Eu gostei e compartilhei… e você?!
Cômico ou trágico?
Eita “Brasilzão”!!!! E não é que é assim mesmo???
Esse texto esta rolando na internet. Engraçado como muitos brasileriros se sentiram ofendidos, apesar de ele não falar nenhuma atrocidade. Para mim, isso confirma a teoria que nenhum estrangeiro pode falar da pátria amada.
Realmente “aqui no Brasil” temos a pretensão de um povo que não passou uma guerra e disso tantas consequências, quem sabe todas estas consequências.
Mas pergunto rsrs (ele também criticaria essa nossa maneira de falar? ), se ele critica tanto, o que o francês está fazendo “Aqui no Brasil”. Não que não concorde em muuuiitas coisas com o Francês , mas se quer bancar o engraçado as nossas custas, vai pra França.
éé!!
gostei…gostei mesmo…
Adorei também…muito simpático o nosso amigo francês.
Mt bom!