Quantos anos você tem?
27/11/12 13:05Pesquisando informações para o texto de ontem, encontrei uma matéria sobre os resultados da última pesquisa do IBOPE sobre voluntariado (para ver, clique aqui). Achei os dados muito interessantes… e como já comecei a falar sobre o perfil dos voluntários da TdB, vou prosseguir no tema…
Segundo a pesquisa, a idade média dos voluntários brasileiros é de 39 anos. Fiquei curioso e fui ver se isto se repetia em nossa rede.
Utilizando os 51 embaixadores de 2012 como amostragem, seguimos a tendência. A média de idade dos dentistas do bem é de 42 anos, com a esmagadora maioria tendo entre 31 e 50 anos (72%).
Achei o resultado interessante… e comecei a me perguntar: por que isso acontece?!
A explicação que me veio à cabeça é a seguinte. Um dentista com 42 anos já está estabelecido profissionalmente – e em consequência, financeiramente. Isto acaba abrindo seus olhos para algo além de seu trabalho… como, por exemplo, uma causa social como a nossa!
Parece simplista, mas faz sentido… Conversando com nossos voluntários sobre o quê os levou a entrar no projeto, a explicação mais recorrente é: “a minha profissão me deu tudo o que tenho, era hora de devolver alguma coisa pra sociedade fazendo o que eu sei fazer!”
Este olhar exige uma maturidade comum em alguém com quase 20 anos de profissão…
Entretanto, mesmo racionalmente aceitando estes argumentos, alguma coisa me inquieta bastante. Por que os dentistas recém-formados, dessa geração mais nova, tão bem informados pela internet e suas redes sociais, confrontados o tempo todo com a desigualdade social, com a energia que os 20 e poucos anos permite, sem o impedimento de filhos… enfim, por que mesmo com tudo isso os jovens ainda relutam a aderir à nossa causa?! Para se ter uma ideia, dos 51 embaixadores, apenas 10% tem menos de 30 anos…
Fico ainda mais inquieto quando lembro que todos os grandes movimentos da história da humanidade precisaram do engajamento dos jovens para dar certo… e eu não preciso ser historiador para afirmar isso. Basta lembrar do que já presenciei em vida: Diretas Já, Caras Pintadas, Resistência à Ditadura… isso sem contar as revoluções culturais dos anos 60.
Aqui cabe mostrar outro dado interessante: Este foi o primeiro ano em que conseguimos, de verdade, trabalhar com estudantes. Durante 10 anos nos viramos do avesso, e nunca conseguimos engajá-los no nosso movimento… Por quê?!
Se alguém souber a resposta, me diga, por favor! Eu adoraria estudar isso……
interessante. Achei tambem interessante a pesquisa que o Rubens publicou.
Acho que o pensamento dos recém formados é muito raso, a maioria das universidades formam os alunos para trabalhar e ganhar dinheiro, só mesmo com a maturidade, ou o contato direto com os problemas sociais do país, que farão esse pensamento mudar.
Talvez seja uma geração um pouco mais egoista…. Issami Tiba diz que nós dos 50 anos somos a geração do “PESCOÇO” ÄSA”E “PÉ”…. TALVEZ…..
Maturidade, caridade , ver no outro o desejo de também ser feliz…. Os jovens estao mais preocupados com seu “futuro”, dinheiro e fama. Os jovens envolvidos em causas sociais são espiritos maduros….precisamos encontrá-los! Mas o pior são os “velhos” que não se sensibilizam com nada. Vivem fechados em seus mundinhos e dão as costas às causas sociais. Me entristece ver igrejas cheias , pessoas falando de amor ao proximo, e dizendo NÃO para ajudar … Temos que dar exemplo, quem sabe assim jovens, adultos e mais “velhos” se juntem ao nosso grupo:)
Antes de ler seu texto, li esse artigo. Acho que responde a sua pergunta, em parte ao menos…
http://comunicadores.info/2012/11/07/a-geracao-t-e-seus-estranhos-valores/
Infelizmente, esta é a geração que comprou o discurso do “fim da História” e da incapacidade humana de transformação. No campo político, pelo menos, muitos depositaram suas esperanças em pessoas como Lula, Kirchner, Obama etc e se viram traídas. Além do mais, nunca o individualismo foi tão forte, consequências da expansão do projeto da “micropolítica” da Inglaterra dos anos 1980.
É triste, mas acho que, por enquanto, está vencendo a lógica do pragmatismo cínico.
Talvez os jovens ainda não entenderem direito o papel deles na sociedade.
Realmente é uma pergunta que faz calar..Acredito que depende de vários fatores para que o estímulo de fazer o Bem e ajudar alguém se manifeste. Seria muito bom para a sociedade que todos tivessem este estímulo.
Acho que, no início da vida profissional, ainda estamos tentando “zerar o investimento”, dai pouco envolvimento em filantropia.
Talvez olhando a pirâmide do Maslow (http://en.wikipedia.org/wiki/Maslow's_hierarchy_of_needs) ajude a buscar novas perguntas para entender o motivo do voluntariado ocorrer tardiamente.
os jovens em sua maioria não tem consciencia politica, consciência de classe, dai achar normal a desigualdade social.
eu não sou embaixadora, mas sou coordenadora e tb estou nestes 10% e a maioria dos dentistas que cadastrei foram os que se formaram cmgo e tb estão nesses 10%.. lutarei então pra aumentar as estatísticas e conseguir engajar todos os jovens na nossa causa.. ^^
Penso que tem certas coisas que somente a “MATURIDADE” permite. E esta é alcançada em fases diferentes de nossas vidas…
Acho que a palavra-chave aí é mesmo “maturidade”. O que não quer dizer que não tenham jovens maduros de cabeça, mas em geral a juventude é mais engajada em atividades explosivas! Enquanto o trabalho de voluntariado sério é um processo, uma caminhada por vezes vagarosa, sem perder o foco e sabendo aproveitar as brechas e colher (mesmo as pequenas) vitórias. Pelo menos é a minha análise. rs.
“Para se ter uma ideia, dos 51 embaixadores, apenas 10% tem menos de 30 anos…” eu estou nesses 10%!!!!!!!
Também não sei.Só sei que independente da idade, tem muita gente que quer ajudar, ajuda e faz a diferença na nossa sociedade.